E busca alguns títulos. Do flagelo à memória, a inteligência é chamada para pôr em novo curso, a história. Reconstrução, infraestrutura e obras: a engenharia encara mais uma batalha, pelas mãos que possuem, prerrogativas também proverbiais traduzidas na garra e no arrojo dos gaúchos, um povo, sempre determinado em alcançar – sobre todas as dificuldades – mais uma vitória. Que neste caso, é a própria existência. Real, diária e contínua.
Ainda que as atenções da grande mídia com sua característica volúvel e um tanto superficial, tenham oscilado para outros temas, incluindo distantes guerras, segue em curso no Brasil, talvez, o maior combate já travado pelo país: a literal luta pela “reconquista” do Rio Grande do Sul. Sim, reconquista, em um sentido amplo, que vai da reconquista da dignidade, à reconquista da qualidade de vida e da capacidade produtiva. E instrumental para que se abra esta possibilidade, é a recuperação – em um primeiro momento a reabertura e a garantia de funcionamento – dos caminhos dos pampas. Notoriamente, de suas conexões federais, que garantiram a linha logística de suporte, que mobilizou a solidariedade do país. Neste sentido, já entre as primeiras respostas, tanto o Ministério dos Transportes, quanto seu braço executivo, o DNIT e, especialmente sua Superintendência Regional, sediada em Porto Alegre, ainda sob as torrenciais chuvas que, não caíam, despencavam sobre o estado, juntaramse ao esforço emergencial de primeira mão, atuando em conjunto com o Governo do Estado, Bombeiros, Brigada Militar, demais polícias, a Defesa Civil e indiscutivelmente, a própria população, que se uniu como pôde para o pesado enfrentamento. “Temos que nos preocupar com a reconstrução do estado desde já. Esse é um evento muito representativo do ponto de vista da destruição da infraestrutura. E do risco que traz às pessoas. (…)
No ano passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) recuperou todas as rodovias e as colocou em condição de trafegabilidade em evento semelhante. Temos condições de fazer isso de novo”, afirmou à época o ministro dos Transportes Renan Filho, ainda nas avaliações preliminares, junto à comitiva presidencial que estava, por sinal, em visita ao estado. Porém, com a rápida ação do DNIT, articulando sua “contra ofensiva”, ficou claro que a interdição de 48 pontos em rodovias Federais no estado, dava indícios de que algo muitas vezes superior em potencial destrutiva estava em curso. Deixando uma ideia mais ampla das ocorrências, o superintendente Regional do DNIT/RS, Hiratan Pinheiro da Silva, explicou: “nós tivemos ‘ondas’ de eventos. Houve a destruição inicial, mas as chuvas continuaram durante um longo período, ainda que com intensidade menor e, simplesmente, nas partes mais baixas, a água não cedia. Não tinha pra onde ir, não percolava. Tudo corria diretamente sobre o solo. E isso prejudicou a velocidade com que podíamos ir fazendo diagnósticos mais detalhados, algo que aconteceu, em termos práticos, no início de julho”, disse, complementando em seguida: “Houve um breve hiato porque nós dedicamos 100% das forças no que era mais imediato, mas é um fato que logo em seguida, nós retomamos essas atividades de rotina, com todas as questões da superintendência”, disse. De uma forma ou de outra, o entendimento geral, expresso pela afiada mente do ministro Renan em suas falas iniciais, também estava presente na ideia de toda a equipe do DNIT, tanto na sede, quanto na superintendência, denotando um alinhamento quase instintivo quanto ao que fazer.
Em especial, quanto às burocracias a serem vencidas para conferir maior celeridade e o ímpeto necessário para o trabalho de grande monta que, a exemplo das águas, ia se acumulando em grandes e irresistíveis volumes. “Nós tivemos um grande núcleo de apoio”, recorda o superintendente, que com gestões feitas diretamente junto com o ministro, a própria diretoria técnica do DNIT em Brasília e articulações junto ao congresso, obteve sucesso em angariar os primeiros recursos emergenciais para o estado, por meio de Medidas Provisórias, que resultaram em ações importantes, como os “Caminhos Assistenciais”, uma iniciativa que garantiu a chegada de víveres, remédios e outros mantimentos e itens de asseio às populações que, quando não se encontravam isoladas, estavam absurdamente vulneráveis. “Nós compreendemos rapidamente que se tratava de uma emergência humanitária”, registrou o superintendente.
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